terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ainda sobre a Bariátrica...

Transcrevo a seguir um texto que escrevi e postei em comunidades sobre cirurgia bariatrica no facebook. O texto foi postado em 3 grupos e em todos foi recebido com ódio pelas participantes e censurado pelos moderadores. Em uma das comunidades, além da censura houve a ridicularização da autora. A questão é: o que há no texto que cause tanta revolta em algumas mulheres? [é importante dizer que nem todos o receberam desta forma violenta, porém a posição contrária foi tomada como inexistente por quem atacava o texto. Uma situação curiosa... ]



Menin@s, geralmente quando alguém começa a pensar em fazer redução de estômago, a primeira coisa que se faz é chegar-se em grupos como este nas redes sociais, blogs, youtube a procura de depoimentos, resultados e maiores informações. Penso que incentivar quem realmente precisa a passar pelo procedimento é super-válido, porém não seremos integrais se não contarmos as partes ruins de uma cirurgia deste porte [porque convenhamos perder peso é ótimo, mas a bariátrica não é brincadeira e não GARANTE (sozinha) uma perda de peso eficaz e com saúde]. Estou a dois anos espiando de longe, grupos como este e aqui em várias redes sociais, e nesses dois anos percebi que muito do que se prega aqui e em outras comunidades pode ser mais falacioso do que parece... Pensando nestas coisas que eu escrevi alguns tópicos, que servem como espécie de dica pra quem ta chegando e está perdido no meio desta e de outras loucuras que rolam no mundo da internet.  [PS: Gostaria de deixar claro, antes de tudo, que as coisas que escrevi aqui não são apologias, não são críticas a ninguém especificamente e principalmente, não são verdades absolutas. Sinta-se a vontade para descartar se isto não lhe convém.]

1-      Informação vai além de “quantos quilos off em quanto tempo”. Se resolver fazer a cirurgia procure informações MESMO, leia os depoimentos, garimpe na internet, faça contato com quem já fez e está bem, faça contato com quem já faz e está mal, e não fique só nisto. Vá além da internet, procure médicos sérios, um, dois, quantos sejam necessários para que você entre na sala de cirurgia realmente ciente do que estará fazendo consigo. Saiba que o pessoal da internet não diz tudo, os médicos não dizem tudo, as revistas não dizem tudo. Geralmente se foca muito nos resultados, e nem sempre o resultado é o mais importante. DESCONFIE SEMPRE! Muita gente se dá bem com a cirurgia e fica tudo certo. Muita gente se f#de, toma literalmente no c_, e a gente tem que procurar muito pra saber quem são essas pessoas e o que realmente aconteceu com elas. Porque uma boa parte [maior parte] das pessoas se esconde quando dá merda. #fato!

2-      Procure sempre o tratamento menos invasivo. Às vezes é possível fazer a cirurgia por vídeo pagando a diferença, que nem sempre é exorbitante. Será que não vale à pena fazer um esforço e juntar um dinheirinho para pagar essa diferença?  Se o plano não autorizou a cirurgia fechada agora, a partir de janeiro de 2012 ele será obrigado a autorizar. Será que não vale à pena esperar uns meses? Sempre é bom ter a proteção do nosso Deus. Mas não custa nada dar uma mão pra Ele evitando maiores riscos.

3-      A cirurgia é cara. Sim amigos, o plano pode até custear o procedimento, mas teremos que investir nas medicações, nas vitaminas, na alimentação que é extremamente diferenciada e tudo isso não custa barato.  Não adianta reduzir o estômago pra ficar bonit@/saudável e ganhar uma vitalícia anemia profunda [e outras cositas más que vão da depressão até a sabe-se lá o que] que só te deixará fei@ e doente [embora magr@].

4-      Resultados são hiper-estimulantes, porém não são tudo e PRINCIPALMENTE podem não ser reais. Desconfie de resultados surpreendentes demais e, além disto, não usem somente este tipo de resultado como critério para fazer a cirurgia. Afinal de contas, depois que inventaram o tal photoshop, não é mais necessário redução de estômago para parecer uma barbie nas fotos. Não se engane, NINGUÉM que teve sobrepeso de 30-40-50 quilos durante alguns anos [ou durante a vida toda] terá o corpo da Cléo Pires. Não queira as pernas da Claudia Raia, nem a bunda da Juliana Paes, nem os Peitos da Cláudia Leite, nem a cara da Luisa Brunet. Nós não somos a filha da Vera Fisher, nem sempre temos a mesma disponibilidade de tempo e o mesmo dinheiro para cuidar da cara/corpo. Isso pode ser muito frustrante pra gente que é NORMAL e que não tem mais 17 anos, e nem tem um milhão pra gastar com a bunda pra ela ficar no jeito. [A vida não pára pra gente emagrecer, as cobranças serão as mesmas de quando a gente tinha 3 dígitos, o tempo e o dinheiro ainda serão curtos, ainda teremos nossas casas, nossas contas no fim do mês, filhos doentes, cobranças na faculdade, no trabalho, etc... e quem faz todas essas correias tem coisas mais importantes pra pensar/resolver do que a bunda. To errada?]

5-      Procure entender o porquê ser gord@ incomoda tanto. Procure entender que causa/causou o seu aumento de peso.  De repente você precisa mais de uma aula de dança de salão ou natação ou francês ou violoncelo do que de uma cirurgia de redução de estômago... Às vezes o que você precisa é ler um livro, estudar, freqüentar lugares prazerosos, trocar de marido/namorado, mudar de cidade, emprego, etc ...  Ou ainda de umas idas ao teatro, cinema, praia, sei lá...  No domingo, desligar o Faustão e ir dar uma volta de bicicleta/a pé, no parque com seus filhos/companheiro/amigos/sozinho... Isso pode te fazer mais feliz do que uma cirurgia... Não espere a cirurgia acontecer para ser bonit@ e feliz, pense no que te impede de ser isso sem a cirurgia. #istoéimportante! [agora se ser bonito e feliz pra você significa SÓ ter bunda, cabelo e roupa, aí posso garantir que sua noção de felicidade está um tanto quanto distorcida...]

2 comentários:

  1. Oi Nila, minha historia é diferente, tem de se pensar para fazer a cirurgia sim. estou nesse blog http://devaneiosdepoisdaescova.blogspot.com/ te sigo, bjos!

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  2. olá Juliane. Muito obrigado pela visita. E parabéns pelos resultados e pela adaptação pós cirurgica.

    Juliane, como foi esclarecido no começo do texto, o que foi escrito não tem a intenção convencer as pessoas a não pensarem na possibilidade da intervenção cirurgica. muito pelo contrário, é um toque exatamente pra quem tá pensando e e procurando informações a respeito. Percebo que muitas pessoas, principalmente mulheres, quando se deparam com a possibilidade real de passar pelo procedimento cirurgico, depositam expectativas tremendas no procedimento e na vida-magra. O tipo de coisa mais comum que encontramos pela internet é "vou emagrecer para ser feliz" ou então "a cirurgia é minha salvação" e sabemos que as coisas não são tão simples assim... o texto serve como um toque pra quem quer e vai fazer a cirurgia... é um "ei, o negócio pode ser legal, mas vai com calma", entendeu?

    obrigado de novo pela visita! bjs.

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